quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Sentir: A demência consentida do Ser Humano

Engraçado o modo como o Homem encontrou para continuar terreno, ligado ao mundo, à vida e aos demais Homens.

Apesar de toda a sua inteligência, sagacidade, capacidade de improviso e que no fundo lhe permitiu fugir e separar de todos os outros animais, nunca foi capaz de se isolar dos sentimentos e das necessidades que estes lhes exigem. Esta foi forma que teve para manter o seu “Eu” animal…

Por Amor, por Ódio, por Saudade, por Solidão, por Sofrimento, por Fé, por Ambição…são apenas exemplos daquilo que a grande capacidade intelectual, racional e fria que o nosso Cérebro nunca conseguiu isolar…até os mais pragmáticos, quando se descuidam são afectados. E quantas vezes não são os que se rendem com mais facilidade.

Os mais espertos dirão: àhhh…mas estes tipo de sentimentos surgem fruto da nossa racionalidade, porque somos inteligentes. Eu respondo: calem-se! Onde é que a paixão é racional? Onde é que ódio é lógico? Onde é que a vingança faz sentido?

E de repente silêncio…

Tantas vezes queremos imaginar o mundo a Preto e Branco, porque as coisas estão feitas e desenhadas de uma forma tão direita e racional…e quantas vezes basta ter um pequeno sonho, uma visão, uma vontade e tudo começa a parecer como se o mundo fosse cinzento…e nessas alturas, quase tudo cabe lá dentro e o que antes era tão linear, racional, ideal para a ser tão turvo, menos certo e até insuficiente.

E para isto tudo, basta sentir…nada mais e tão simples, como sentir…nem sempre tem que ser bom ou mau…e tantas vezes é o que é, apesar de tantos estarem prontos para emitir opinião e criticar.

Cada vez que olho para trás…para o lado…para conhecidos…amigos…e chego à conclusão que aquilo que tantas vezes mata a nossa racionalidade, capacidade de discernimento é justamente quando tentamos reprimir o que se quer sentir…e tal como quando o feitiço se vira contra o feiticeiro, o necessidade de sentir ataca de volta, com a mesma força com que foi atacada…e por isso, tantas vezes o sentimento negativamente ampliado ou alterado para outra coisa.

O que é uma depressão senão uma série de sentimentos mal resolvidos, mal encaixados e constantemente combatidos?

Quantas vezes uma loucura é igual a uma obsessão, que derivou de algo que não foi vivido porque estava fora de uma caixa…do standard…daquilo que os outros homens dizem ser o normal?

O que é um alcoólico ou um toxicodependente, senão alguém que para fugir de um mundo tão quadrado, tem que arranjar desculpas para continuar a sentir…ou para esconder sentimentos…ou porque está farto?

Claro que é muito simples escrever isto – por acaso até nem é – e falar de alto, como se visse tudo de uma forma simplificada. Pois que não é…nada mesmo.

Mas é simples para mim dizer que estou farto de ver tanta gente a correr para tanto lado, mas nunca para o querem ou sabem ser o correcto….farto de ver tantos covardes acharem que a vida é o que é e nada fazerem para a mudar…farto de ver tanta desculpa tão esfarrapada que nem os próprios acreditam…farto de ver tanta gente mentir a si próprios…


Não será preferível amar mais? Cometer mais algumas loucuras? Não será mais saudável ter raiva de alguém e fazer algo sobre isso? É preferível deixar passar para a amargura?

E é, também, simples para mim dizer…
…há coisas que não devem ficar muito tempo escondidas…porque quando eles se soltarem…já se dizia o mesmo de uma certa caixa de uma tal Pandora…e é só ver o que isso nos trouxe quando ela se abriu…ainda assim ficou a esperança…
...que eu em tanto confio…

terça-feira, 17 de maio de 2011

Vida Complica

...de uns tempos para cá tenho pensado para mim o quanto complicamos a vida...inventamos umas cores para por no meio; tudo complica, as nossas dificuldades não se devem a nós; erros ou opções menos conseguidas são sempre porque alguém não está a facilitar...e melhor que tudo: quando um azar aparece? Claro, nunca aparece só...
Pois, pois...ya...sim, sim...guess what....as coisas não acontecem por acaso, os azares não surgem do nada e as dificuldades só aparecem porque nos metemos a jeito...não há zonas cinzentas ou outras que prefiram...as coisas são o que são e ponto...preto e branco....tudo o resto, são belos argumentos que usamos para justificar qualquer coisa...menos a realidade, que às vezes não tem que ser dura...

O nosso Mundo não é perfeito e logo a Vida também não é - não teria piada se fosse - e como eu gosto (muito) de dizer, a dor faz parte e só com ela podemos dizer que vivemos de facto...mas as coisas também não são assim tão complicadas ou dolorosas...não, não o são...ou não o são, logo à cabeça...pois temos sempre a opção de cortar a eito, de seguir uma ideia, um rumo...mas tantas vezes preferimos contornar, não ver ou não ligar...e às vezes no meio deste processo, ficamos meio "amarrados" e "enfaixados" no novelo que nós proprios criamos...e porquê? E esta é a parte que seria hilariante, se às vezes não fosse trágica...porque temos medo de viver...viver, meus amigos. O risco, o erro, a falha...todas essas coisas que nos podem perseguir e assustar...e com isto dizemos: é assim, foi a sorte que me calhou, sou feliz com o que tenho...desde que haja sempre alguém ou algo para culpar naqueles momentos de azar ou infelicidade...quando somos despedidos, houve sempre o chefe que não nos curtiu - nada a ver com o facto de estarmos acomodados ao lugar à não sei quanto tempo sem fazer nada para alterar...quando um amigo nos destrata, é injusto ou traidor - mas nunca porque tenhamos tido uma atitude incorrecta com ele...quando somos traidos pelo(a) nosso(a) parceiro(a), ficamos desiludidos: mas porquê? Porque me fizeste isto? Pergunta-se normalmente - mas a culpa nunca é nossa, mesmo quando passamos a neglegenciar as suas necessidades e assumir que já não temos que fazer por nada para segurar esse Alguém....àhhhh....e esta tive que a deixar para o fim: os filhos...essa coisa intragável, tormenta que só nos traz insonia, dores de cabeça, despesas e tudo o que é de horrivel, ainda tem esta bela caracteristica...é o impedimento para tudo...e já ouvi de tudo: não mudo de emprego, porque tenho bocas para alimentar (20 anos depois dizem: maldita hora que me deixei ficar...hoje estou velho para mudar e apenas rezo para não ser despedido); "o teu pai anda a gastar o dinheiro todo e não pensa nos netos...e ainda para mais não colabora na educação, fazendo de motorista das 17h às 20h...e ainda quer que eu lá vá jantar? Ok eu vou, mas para verem os netos"...é só sacrificios.....nada de ganancia ou egoismo....e dos casamentos....bem...a geração anterior à nossa aproveitou a liberdade que havia e que não havia e chegou-se a pensar que era um pecado ficar casado....sério...pelos meus 16 anos, de 5 amigos, apenas eu vivia numa casa com os dois pais...deviam a ver o ar de pena que tinham de mim: "coitado..como é possivel??? Ainda por cima tem horas para chegar a casa???"....mas a nossa geração? É muito mais conservadora e cuidadosa com os seus...afinal os filhos justificam tudo...até ouvir esta frase consegui: "Estou conformado"...acreditem...e ainda perguntam como é que eu tenho a tensão a 16/11?? - O problema não foi terem-se endividado até à Senhora da Fava, ou viverem à conta do estatudo do "outro", ou pura e simplesmente serem covardes...isto marca-me tanto que chego a ter alturas que dou graças a Deus por não ter filhos a quem culpar...assim culpo os filhos dos outros, sem ter que pagar as contas e sem stressar com hora a que vai chegar à noite :o)

Claro que muitas vezes as coisas acontecem, porque tem que acontecer e não por sermos responsáveis por elas: somos mesmos despedidos pela crise, um amigo desilude-nos porque é um cabrão, a nossa cara metade trai-nos porque sim, e os malvados dos velhos são mesmo sarnentos de se aturar e os filhos justificam (imagino e acredito) todos os sacrificios....isto tudo é verdade também....mas há uma pequena diferença: tem a ver com a nossa responsabilidade de fazermos para que as coisas não existam para nos justificarmos com elas, mas que façam parte da nossa vida como opções e caminhos válidos para vivermos...já não digo melhor...mas dignos do nosso respeito e porque não de algum alheio...e de umas noites dormidas descansadamente...

Bem...agora é só ler e por em prática o que andei para aqui a advogar...cheira-me que vou complicar e ficar em casa mais uma noite :o)
E porque tem tudo a ver:




Aquele abraço

ps - para os que dizem que exagero nas "...." ...nem imaginam o que me contenho para não preencher os espaços....prefiro deixar-vos espaço para os preencherem por vocês

quinta-feira, 10 de março de 2011

Experiências

Penso que o meu corpo, enquanto junior, foi dado a experiências de índole antropológico por parte de: dois elementos parentais; da minha irmã; algumas pessoas do Miratejo; dois míudos de Corroios; um cão; um cavalo com apetite sexual depois de ter visto o filme: "Chocolate e Bananas"; mais algumas pessoas do Miratejo; e uma pessoa que não pretende ser identificado neste momento...como: Raúl "O Tininho" - nem nunca quis que soubessem que era do Miratejo, e longe de mim alguma vez dizer que morava na: Rua Mil Flores nº 24 3º Dto - pfuuu!!!!Ai de mim; lá voltava a ser a apedrejado. Nunca direi.
Nessa altura da minha vida, realmente senti que dei o meu corpo à ciência. Normalmente, as pessoas que mencionei, escolhiam a altura do Carnaval para utilizarem o meu corpo para essas experiências antropológicas.
Lembro-me de entrar em casa da minha avó, no Cartaxo, como um míudo normal: calças de fazenda (que me picavam as pernas como alfinetes); camisola de gola alta. Dar um beijo aos meus pais. Cumprimentar a minha avó, o meu avô, a minha irmã. De repente, como se tivesse levado com uma tábua no fundo da nuca, perdi os sentidos e só os recuperei na rua; à porta de casa da minha avó com a minha irmã e umas amigas dela adolescentes. Estavam vestidas normalmente. Eu...num lindo vestido vermelho de dançarina sevelhana, com castanholas em ambas as mãos. E assim me passearam pelas ruas da Ereira (Cartaxo). Cerca de três raparigas e uma dançarina sevelhana. Com castanholas em ambas as mãos. A partir daí, todos os momentos que poderiam ser embaraçosos, na minha vida...continuaram a ser. Mas pode-se dizer que comecei do fundo, e lá me mantive. Ainda hoje as pessoas da Ereira recordam as filhas do meu pai, e da minha mãe. Uma Sevilhana e uma normal.
Esta foi a minha primeira experiência a que fui submetido pelos elementos parentais e irmã.
Todas as restantes experiências a que o meu corpo foi submetido na época do Carnaval envolviam: pedras e balões de água. Os resultados inerentes a essas experiências não tinham grande relevo. Apenas me posso gabar que o meu corpo foi submetido ao primeiro apedrejamento, em praça pública, num país da actual União Europeia. Nunca antes tinha sido tentado num país da Europa. Ainda guardo, com grande carinho, os 356 pontos a que fui submetido em 15 partes do meu corpo. Crédito seja dado aos arremessadores das pedras, que conseguiram mais de 90% dos pontos na minha cabeça. Um feito impressionante num país ainda tão pouco desenvolvido na arte do apedrejamento público. A minha vida continuou após ter saído do coma. Dois anos apenas. Ah!Ah! Meninos. Apenas anseio um dia conseguir ir à Nigéria para poder estar entre os melhores apedrejados do mundo. Há elementos que já vão nos 15000 pontos. Quem me dera. É um feito. Assim que conseguir sair desta cama e deixar de escrever com esta palhinha talvez vá. Agora vou terminar. As enfermeiras já estão aqui para me lavarem. Estou com sede mas, por estranho que pareça, nunca mais consegui agarrar um objecto. Tudo me cai. Dizem que tenho os cotos escorregadios. eh!eh!

Despeço-me com amizade
SAF

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Tão diferentes...mas afinal somos iguais...

Ultimamente tenho-me dedicado a tentar "perceber" o comportamento humano...como é que as pessoas agem e reagem a estímulos, a surpresas, como se expandem e retraem. Se escutam quando ouvem, se funcionam com preconceitos, se conseguem dar uma resposta no momento...como agem em geral...

Claro que eu não percebo nada do assunto e as minhas avaliações, estão perfeitamente em condicionadas pelas meus (pré)conceitos ou até se quiserem, as minhas próprias limitações...
Devo dizer que grande parte das pessoas age e reage das mesma forma, se basicamente forem confrontadas com as mesmas situações. Isto torna-se tanto quanto mais interessante, se despirmos as pessoas dos bens materiais e começarmos a observar as suas reacções quando "mexemos" na pessoa, no seu ser...porque, afinal, seria aqui que o individual se devia manifestar e tornar-se mais evidente e único.
Guess what...e para algum espanto meu (ou não), o que acaba por se evidenciar ainda mais são as regras comuns a todos. Pergunta: será que nós matamos a "pessoa" em favor do "todo"? Será que os chineses estão assim tão certos e nós andamos prá aqui todos iludidos?
Afinal e bem vistas as coisas, o conceito de liberdade individual acaba por ser morto, mas não por qualquer força estranha ou externa, mas sim pelo próprio individuo, que acaba por se "entregar" ao que todos esperam que ele seja...mais um.
E notem: eu até tirei as questões materiais do caminho. Se introduzirmos este ponto, meus caros, passamos a conseguir segmentar as pessoas tal qual um verdadeiro CRM...

Dizem-me vocês: mas é assim mesmo, é assim que se vive em sociedade. Regras comuns, normas iguais...
Claro que sim!
Mas não é isso a que eu me refiro: a minha observação até considera essas premissas...a minha questão é, dentro do que são as tais regras e normas, porque é que as pessoas escolhem todas (ou quase) responder da mesma forma? Porque fomos todos educados assim?
E querem saber o que é mais intrigante? É que as pessoas andam convencidas que tomam as suas opções por escolhas próprias e individuais e depois temos tantos a dizer que vivem conformados e acomodados e outros tantos a acharem-se infelizes e tristes...e isso é que assusta...mas que tanto me diverte...

Experimentem...vão ver que não terão assim tantas surpresas quanto isso...e mesmo que nós próprios, tenhamos exactamente as mesmas atitudes ou reacções, pelo menos já não teremos a lata de pensar que foi uma decisão nossa...quer dizer...nossa, sim...minha, não...
Caneco...granda nó....

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A quem consegue surpreender

Minha Gente

...seguido de um texto um pouco mais azedo, vamos tentar ver se consigo produzir qualquer coisa mais...tranquila...

(Antes de mais e deixo já de aviso, estou a ouvir o And Justice for All dos Metallica, para os mais puristas da coisa, o verdadeiro último álbum destes senhores - não partilho desta ideia, mas admito que tenha sido o último a ser gravado com a verdadeira "raiva" que os caracterizava.)


Nos últimos tempos e longe da minha expectativa, continuo a ficar verdadeiramente assombrado pela capacidade que algumas pessoas tem em me surpreender...confesso que fico verdadeiramente admirado com essa estranha habilidade que alguns persistem em ter...claro que me refiro às pessoas que o fazem de uma forma positiva, agradável e a maior parte das vezes inconscientemente...
Pois é, meus caros, ainda há pessoas assim. E sabem o que é mais irónico? Que é difícil expressar concretamente pensamentos sobre estas pessoas...porque ao contrário daquilo que nos dá raiva e ódio, é complicado tecer elogios sem cair em trivialidades ou expressões que soem a pouco sinceras...porque serão sempre palavras redundantes e "pequenas"...mas por outro lado, às vezes merecem ficar escritas, para que ninguém se esqueça, que ainda há pessoas que nos fazem mudar de pensamento ou conseguem ter um gesto connosco...mesmo nos momentos em que:
o mundo todo desabou;
ficamos desiludidos;
a vida parece estar toda contra nós;
simplesmente caímos de mota...*

E admiravelmente essas pessoas conseguem fazer estas pequenas coisas, quando elas próprias não estão muitos "saudáveis"....

Portanto e já que me dei ao trabalho de falar dos "ratos"**, achei que devia deixar algumas palavras, também estas pessoas...

E já que vocês, meus caros leitores, estão incluídos...o meu muito obrigado por provarem que ainda há pessoas que são dignas desse substantivo...aos outros que não vão, graças a Deus, ler estas minhas palavras, espero conseguir fazer-lhes chegar este meu agradecimento de alguma forma...ainda que poucos, tenho que os preservar...

àh sim...estamos a falar dos meus amigos...

beijos e abraços, minha gente

e já agora os meus parabéns ao Sir Christopher Lee

* não conta, não foi assim tão mau....
** o meu mais sincero pedido de desculpas a esta espécie, pois os jumentos*** a quem me referi ontem, estão de longe muito a abaixo do animal em questão;
*** o meu mais sincero pedido de desculpas a esta espécie, pois os pérfidos**** a quem me referi ontem, estão de longe muito a abaixo do animal em questão
**** pérfido - adj. Desleal, que falta à fé jurada; traidor, infiel, desleal. E tantas outras coisas que não me apetece mencionar....

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Aos Invertebrados

Amigos,

Já há alguns tempos que ando com umas palavras na minha cabeça e um pouco inspirado pelo texto do Sérginho, esse grande SER, vou tentar escrever aqui qualquer coisa...

Hoje dedico o meu tempo aos invertebrados...aos que tem tenderia a vergar as suas costas, aos que se esqueceram do significado engolir sapos, aos que vivem vidas de plástico, aos que acham que a posição natural do Homem é estar de cócoras...aos capachos...em especial a essa maravilhosa gente, que mesmo tendo algum valor, preferem viver à conta daquilo que outros lhes dizem para fazer...aos que não assumem as suas acções como sendo suas, aos que são capazes de escrever coisa diferente da que disseram...aos covardes que tem medo de assumir as suas angustias..aos pequeninos que quando lhes dizem que mandam, acham que só tem que fazer isso mesmo para serem considerados...aos que apenas vivem para agradar, mesmo quem lhes desagrada...mas na maior parte das vezes não por ser uma questão de estratégia ou posicionamento, que por muito má que seja esta visão. Não...é por serem pequeninos...tão pequeninos que não são capazes de assumir frontalmente que não gostam deste ou daquele.

E com isto, quase que daria o meu texto como concluído...afinal, o que há a dizer mais?

Tanto e Nada!!!!

Tanto, porque estes são os que representam uma boa parte das pessoas nos dias de hoje e infelizmente se encontram cada vez mais bem posicionadas para nos dirigir...Meu Deus, para nos dirigir...e hoje não falo apenas de políticos, mas dos administradores e directores das empresas, que cada vez menos fazem para cumprir o seu dever e que passam mais tempo a lamber o chão que o outro invertebrado maior acabou de pisar...tão pequeninos...
E como sabem que o "proletariado", por vicissitudes da nossa - maldita - sociedade, pouco faz para se impor ou falar, agem como se ninguém lhes pudesse tocar...como se ninguém soubesse o quão pequeninos são, quanto reles...sim, porque esta gente, é tão estúpida que acha que agem sem que outros percebam as suas verdadeiras cores...melhor do que eles próprios!!! Sim, porque o mais triste disto é que alguns deles, nem a eles próprios o admitem e acham que sim sr. é mesmo assim tem que ser...e esses são os que mais desprezo, porque os outros pelo menos são o que são e sabem que nada mais podem ser e vivem com isso.

Eu consigo "respeitar" pessoas calculistas ou ditas más, desde que não o escondam!!! Essas são as suas regras e modo de estar...e nós aceitámos ou não e daí tiramos as nossas conclusões...

Agora os outros? Que em poucos minutos mudam de opinião, porque alguém lhes deu o toque? Que aceitam agir em nome dos outros, contra tudo o que dizem defender...? E o quanto me faz rir quando o fazem em nome de uma amizade...

Não sou, não quero e nunca serei dono da razão ou exemplo de alguma coisa...não quero mesmo ser...cometo erros, digo asneiras e às vezes dou comigo a ter atitudes que não são minhas...ainda sei o que é engolir um sapo e por muito que deteste faço-o mais vezes do queria...e infelizmente, por motivos calculistas tenho que ficar calado, quando tantas vezes devia falar. Também cometo as minhas "deslealdades" e também ajo contra alguns dos meus princípios, é verdade...pessoal e profissionalmente...mas não tenho vergonha de ser quem sou, mesmo que outros me tentem censurar.
Mas não vou ter a arrogância de dizer que sou melhor que eles, mesmo que o ache...mas há uma coisa que me dá um gozo terrível e isso ninguém me vai conseguir tirar...cruzar-me com alguns destes Senhores e tantas vezes vê-los a desviar o olhar para o chão...não para o lado, mas para o chão...e por muito que possam ter mais que eu, nunca serão mais que pequenos invertebrados e isso...isso é algo que até eles se envergonham de ser, mesmo que seja por esses breves segundos...

Amigos...aquele saudoso abraço e obrigado por serem quem são...e por serem especialmente diferentes destes que descrevi agora.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Vitória

Finalmente o conceito de: vitória; vitória estrondosa; ganhar; sucesso; dar uma abada; - mudou. Já não era sem tempo que alguém teve coragem de assumir que "levar uma abada" significa: uma vitória estonteante. Este feito deve-se a duas pessoas: Fernando Nobre e Francisco Lopes. Eles conseguiram que a minha vida, ao fim de trinta oito anos, seja repleta de sucessos. Obrigado.
Recordo agora que o facto de, durante a primária e preparatória, nunca ter sido convocado para jogar à bola pelos meus colegas - com uma justificação meritória: uma equipa tem sempre que jogar com menos um (seis contra cinco, para ser mais equilibrado). Isto sim, mostrava que era um jogador imprescíndivel - era a vitória da cidadania. Eu era um cidadão que, pelo simples facto de não jogar, possibilitava que se jogasse à bola.
Quando levei um ensaio de "porrada" de um cigano, seis anos mais novo do que eu - eu tinha doze - agora sei que foi uma vergonha para o cigano.
- Toma - gritava eu, enquanto ele, de rastos, me servia com uma tábua na testa. Deixei-o completamente zonzo.
- Toma - gritei eu novamente, enquanto ele, agonizado de dor, me fornecia mais um belo "passing shot", de esquerda, com essa magnífica tábua. Agora penso para mim: Devo-o ter deixado em mísero estado - coitado. E ainda bem que contei ao meu pai. Ele viu que tinha ali um filho vitorioso e perigoso. Sabia que eu me sabia defender, bem como atacar - aposto que era o que ele pensava enquanto o médico me fazia reanimação.

Toda uma nova perspectiva se abre agora. Agora sei que o Benfica está à frente do Porto com menos oito pontos.
Agora sei que teve uma brilhante vitória nas Antas, depois de ter encaixado cinco golos na própria baliza.

Agora sei que o discurso que o meu patrão me poderá fazer será de parabéns:

- Lamentamos ter que o despedir. O Sérgio é um trabalhador exemplar. O facto de não lhe darmos qualquer indemnização mostra o quando admiramos o seu trabalho. Já colocámos o processo disciplinar e concerteza vai ser um sucesso. Muito obrigado por estes anos em que, praticamente, foi uma boa nulidade.

Isso sim é um discurso. Que eleva qualquer ser humano à condição de Deus.

Obrigado Fernando Nobre.
Obrigado Francisco Lopes.

Despeço-me com amizade.
SAF